Quais são os desafios enfrentados pelos futuros atletas brasileiros?

Disciplina, determinação, responsabilidade, condicionamento físico e garra são características importantes para quem deseja ser um atleta profissional. Mas nem tudo nessa profissão é um mar de rosas… A rotina pesada, os treinos constantes e a falta de investimentos são alguns dos desafios enfrentados por esses profissionais.

Para saber mais sobre como é o dia a dia dessa profissão, conversamos com nosso ex-aluno Eric Sigaki, que é campeão sulamericano, vice-campeão panamericano e também pentacampeão brasileiro no revezamento 4x100mts.

Como é o mercado de trabalho?

Falando especificamente de atletismo, hoje, nós vivemos uma situação muito triste. Depois dos jogos olímpicos, que ocorreram em 2016, os investimentos foram cortados. Nós sabíamos que isso ia acontecer, porque a política e a venda dos jogos olímpicos foram muito fortes. Só que foi muita promessa para pouca coisa comprida.

Hoje, nós tentamos buscar outros recursos, porque as equipes pagam muito pouco. Então, os patrocinadores e tudo mais, acabam sendo mais individuais do que propriamente de clubes como sempre foi aqui no Brasil.

Quais as formações e qualificações que esse profissional deve ter?

Conheço profissionais formados nas mais diversas áreas. Eu mesmo sou formado em publicidade e propaganda e design gráfico. No meu caso, acabou sendo uma escolha que vai me ajudar na minha área, porque é algo que eu quero seguir futuramente, atuando no marketing esportivo.

Como é a questão da remuneração e do reconhecimento?

Hoje, ela depende muito mais do atleta do que dos clubes. Temos alguns programas do governo, como a bolsa atleta, a bolsa pódio, a bolsa olímpica. Mas foi como eu disse antes, hoje, diferente de outros tempos, os clubes já não têm tanta grana para segurar os atletas. Muitos nem recebem para competir ou acabam recebendo menos do que um salário mínimo. Essa é a realidade do atletismo brasileiro hoje.

Quais são os desafios diários da profissão?

A nossa rotina é muito puxada. Mas eu creio que o grande desafio no Brasil é o de se manter no esporte. Eu vejo muito atleta talentoso, esforçado, porém muitas vezes sem nenhuma condição de se manter no atletismo. E eu falo de coisas básicas, como transporte para se locomover, suplementação adequada, acompanhamento médico, plano de saúde. Porque a competição em si, corresponde apenas a 10% do nosso trabalho, os outros 90% vêm do dia a dia, dos treinos, da abdicação, da disciplina e do suporte necessário, porque ninguém consegue se manter saudável sem ter um suporte adequado. Então isso acaba sendo um dos grandes desafios.

Temos alguns lugares que dão esse suporte, como o NAR (núcleo de alto rendimento), onde eu treino e o centro paraolímpico, mas o resto fica a desejar.

Qual o melhor e o pior dessa profissão?

Eu encaro as coisas pelo meu sonho que é o de estar em uma olimpíada. Na última, eu fiquei de fora porque eu me machuquei e perdi minha vaga. Então, hoje, eu me encontro em uma situação que eu não consigo ver o melhor e o pior da profissão.

O tempo que eu passei nos EUA me ensinou a ter mais disciplina e sobre ter um objetivo de, realmente, ser um atleta profissional. Então, isso me dá muita motivação. Por isso, eu vejo que não tem melhor e pior, são escolhas e toda escolha tem seu bônus e seu ônus.

Hoje, eu consigo enxergar com muito mais clareza, que o trabalho é muito importante, principalmente nos esportes individuais, então tudo vai depender de mim. Sendo assim, o ponto forte e o fraco se incluem nas suas escolhas e eu escolhi me manter no esporte e brigar pelo meu sonho.

Que dicas teria para quem quer ingressar nessa área?

O esporte sempre foi muito importante na minha vida. Eu tenho 20 anos de esporte e ele sempre me abriu diversas portas. Eu comecei ainda na Escola, fiz natação, basquete, judô, capoeira, futebol e me encontrei no atletismo. Talvez por influência dos meus pais que sempre correram. Eu nunca fui obrigado a nada, mas meu pai sempre me dizia que o esporte me levaria para um bom caminho.

E, realmente, o atletismo sempre foi uma ferramenta que me abriu diversas oportunidades. Tudo que eu vivi, e vivo hoje, é graças ao esporte. Conheci muitos lugares no mundo, muitas pessoas, algumas que eu nunca imaginei e que hoje são meus amigos. Então, creio que todo o esforço dentro da pista, ou qualquer lugar que se coloca à disposição do esporte, vai ser uma ferramenta importante, como foi pra mim.

E eu só tenho a agradecer ao esporte e gostaria de deixar essa palavra de incentivo para quem está começando. E para os pais, que incentivem os seus filhos, porque com certeza vão capacitar o individuo de diversas maneiras: aprendendo a respeitar compromissos, horários, trabalho em equipe, qualidades que serão úteis, independente, da carreira que escolherem.

Por isso, eu falo: se coloquem no esporte, se desafiem todos os dias, porque de uma forma ou de outra sempre vai te ajudar, nunca te prejudicar.

Eric Sigaki é campeão sulamericano e brasileiro e vice-campeão panamericano. Também é pentacampeão brasileiro no revezamento 4x100mts. Já conheceu mais de vinte países através de competições e meetings internacionais.

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