Por que é tão importante vacinar as crianças?

Recentemente, vimos diversos casos de crianças e adolescentes infectados com doenças que podem ser evitadas através da aplicação de vacinas preventivas, como o Sarampo. Mas você sabe por que é tão importante vacinar seus filhos?

O Brasil é referência mundial em imunização e qualidade de vacinas, tendo um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo. As principais vacinas são distribuídas pela Rede Pública de Saúde e são direito de todo cidadão.

Desde o nascimento, a criança recebe um cartão de vacinação, junto com orientações sobre seu crescimento e os marcos principais de cada fase de desenvolvimento infanto-juvenil. Algumas dessas vacinas são disponibilizadas ainda na maternidade, como é o caso da BCG, que atua na prevenção da Tuberculose.

Após a saída da maternidade, os pais precisam se manter atentos ao calendário de vacinação, pois é nele que os agentes de saúde marcam a data da próxima visita, junto com a indicação da vacina a ser tomada.

Mas por que muitos pais são contrários à vacinação?

Vem crescendo no mundo o movimento de pais anti-vacina, algo extremamente perigoso e prejudicial, que pode trazer à tona epidemias de doenças que já estavam erradicadas em diversos países, como o Sarampo, a Poliomielite ou a Rubéola. E os motivos são os mais diversos. Desde religiosos até aqueles que acreditam que só precisa de vacina quem está doente.

O que não faltam são grupos em redes sociais de pais anti-vacinas que compartilham notícias, muitas vezes internacionais, sobre possíveis sequelas causadas pelas vacinas, que vão desde casos de autismo até mortes. Esses argumentos não possuem embasamento científico e podem ser prejudiciais não só para a criança que não foi vacinada, como para toda a comunidade ao redor.

Quando uma criança não recebe vacina preventiva, ela fica mais suscetível às doenças, pois ela não possui anticorpos necessários para combater vírus e bactérias específicas. Com isso, mesmo que uma doença tenha sido erradicada na comunidade em que ela vive, pode haver contato com o vetor de outras formas, seja por proximidade a alguém que tenha viajado e trazido a doença de outro local, seja pela própria criança viajar, ou por outras formas de contato com agentes infecciosos.

Sendo assim, basta um primeiro infectado dentro de um ambiente com baixa imunização para que a doença se espalhe e se torne uma epidemia, causando consequências às vezes irreversíveis, tanto para os doentes quanto para a comunidade como um todo.

Por que vacinar?

As vacinas são feitas a partir do vírus ou bactéria, seja fragmentos ou inteiros. Esse material é enfraquecido em diferentes processos laboratoriais antes de seguir para a próxima etapa. Após aprovada a primeira fase do processo e de diversos testes em laboratório, a vacina é então testada em milhares de voluntários.

O objetivo principal da vacina é apresentar ao nosso organismo o agente causador da doença, mas de forma que a doença não se manifeste, apenas “avise” ao sistema imunológico que ela existe. Dessa forma, o corpo consegue gerar anticorpos para aquele vetor. Quando o organismo entrar em contato novamente com o vetor de forma natural, o sistema imunológico já estará preparado para combater, não deixando assim a doença se manifestar.

A vacina não causa doenças, da mesma forma que não é responsável pelo autismo ou qualquer outra condição que seja atribuída a ela. Não existem comprovações científicas que confirmem que a vacinação cause qualquer tipo de doença. Algumas podem causar pequenas reações, que devem ser relatadas imediatamente no local em que o paciente foi vacinado, para que sejam dadas as devidas orientações médicas.

Ser imunizado não é benefício apenas para o indivíduo. Quando uma comunidade está imunizada contra doenças infecto-contagiosas, ela protege também os indivíduos que são vulneráveis, pois estes possuem alguma condição que impede a vacinação. Mulheres grávidas, pacientes imunodepressivos, como portadores do HIV ou com câncer, alérgicos e idosos não podem receber a maioria das vacinas, assim como bebês e crianças que ainda não atingiram idade adequada para algumas vacinas. Quando você é vacinado e vacina seus filhos, você também está protegendo essas pessoas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê no parágrafo primeiro de seu artigo 14, que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”. A Constituição também prevê, no artigo 227, ”que família, sociedade e Estado devem assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida e à saúde, dentre outros direitos.” Nesse caso, é responsabilidade legal e constitucional vacinar seus filhos, e os que se opõem podem ser punidos legalmente.

Será que meu filho tomou as vacinas corretas?

Cada vacina é indicada para uma etapa de formação. Na tabela abaixo, você encontra as principais vacinas oferecidas pelo SUS e a idade em que são indicadas.

Se ficou alguma dúvida, marque uma consulta com o pediatra do seu filho e tenha em mãos o cartão de vacinação dos seus filhos. Lembre-se: vacinação é também um ato de amor.

Dra Milena Vilarinho Gonçalves

CRM-130158

Escola Nossa Senhora das Graças © 1958 - 2023. Todos os direitos reservados