Os Limites entre a Estética e a Saúde
Por Ana Carolina Prants, aluna do 2º ano do Ensino Médio
A busca pela perfeição corporal tem se tornado cada vez mais comum. Há uma preocupação excessiva com o corpo. Não só em termos de cirurgias plásticas, mas também em relação à quantidade de academias, salões de beleza e de farmácias no Brasil. São números gritantes, principalmente, se você comparar com outros países.
Essa preocupação estética está naturalizada no cotidiano e não para de crescer. A necessidade de exibir um corpo perfeito e jovem acaba por banalizar operações estéticas, como implantes de silicone, lipoaspirações, lifts faciais, etc. Essas operações são vendidas como descomplicadas e rápidas, mas nem sempre saem como desejadas, causando frustrações, problemas de saúde, psicológicos e, em alguns casos, a morte.
Dietas excessivas (e sem comprovação de eficácia), jejuns persistentes e sucos mirabolantes levam milhões de pessoas a acreditarem, e se exporem a riscos, que em casos extremos, levam à anorexia e à bulimia.
O ser humano sempre buscou formas de se diferenciar e de se sentir superior aos demais. Nos dias atuais, as novas tecnologias, mídias e redes sociais impulsionam a ideia de novos padrões a serem seguidos. As pessoas sentem a necessidade de se encaixar, muitas vezes expondo sua saúde e vida, o que fez com que o mercado da beleza crescesse.
Nos últimos anos, houve um crescimento da indústria da beleza. Por conseguinte, fica notável o exagero em propagandas de cosméticos, clínicas de estética e academias, induzindo a população a fazer usos e submeter-se a cirurgias, malhação e dietas totalmente exageradas, quase sempre sem auxílio de profissionais qualificados.
Por não conseguir se adequar aos padrões exigidos pela sociedade, a pessoa pode prejudicar a própria saúde. Um exemplo disso foi a morte da bancária Lilian Calixto, que recorreu a um profissional não habilitado para atuar na área e fez uso de material sintético proibido (PMMA) para inserção corporal em alta dosagem. Além dessa, existem outras maneiras prejudiciais, como as doenças bulimia e anorexia, que estão relacionadas à má alimentação, ambas causadas pelo desejo de causar boa impressão e estar dentro dos padrões.
Diante do supracitado, ficou notável que, ao longo dos anos, os padrões mudaram e trouxeram com eles consequências alarmantes. Portanto, o Ministério da saúde deve investir em mais espaços de esporte e lazer, incentivando a prática de atividades físicas e de socialização, diminuindo assim a incidência de doenças relativas à estética e saúde.
Além disso, o Estado, como mediador da sociedade, deve se preocupar em apresentar a ela diferentes modelos de beleza, visando a quebra de paradigmas, fazendo uma melhor regulação da influência midiática, com a criação de consultas públicas, mesclando o belo aos padrões comuns de beleza atenuando o drama de quem de alguma forma não se sente ”bonito” no momento.
É preciso estimular a valorização do ‘eu’ desde cedo. Desse modo, o Ministério da Educação, juntamente com emissoras de TV, devem criar propagandas e desenhos infantis, despertando o olhar pelo caráter da pessoa e não por sua ”beleza”, pois como diria o filósofo Platão ”O belo está ligado a uma essência universal e não depende de quem observa, pois está contido no próprio objeto”.