O que foi a Semana de Arte Moderna de 1922?
A Semana de Arte Moderna foi um evento que marcou a história de São Paulo considerado como um divisor de águas na cultura brasileira. Ela configurou exposições e manifestações que envolveram quatro campos da arte: a música, a pintura, a escultura e a literatura.
O evento foi inspirado nas ideias do Modernismo, um movimento artístico do início do século XX que buscava romper com o tradicionalismo por meio da liberdade estética, da experimentação constante e, principalmente, pela independência cultural do país.
Ela ocorreu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, em um momento onde o mundo assistia ao fim da Primeira Guerra Mundial, e contou com cerca de cem obras e apresentações de música e poesia.
Neste evento se reuniram nomes importantes e inovadores de pintores, arquitetos, músicos e poetas brasileiros, entre eles: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Cândido Portinari, Menotti Del Picchia, Victor Brecheret e Oswald de Andrade. Tarsila do Amaral, apesar de ser um ícone desse movimento, não esteve presente na Semana de 22.
Essa reunião ocorreu para celebrar o Centenário da Independência do país e teve como consequência o rompimento com as tradições culturais associadas às correntes literárias anteriores, como: parnasianismo, simbolismo e arte acadêmica.
Sua principal função foi romper com o conservadorismo vigente sobre a valorização das culturas europeias em relação à brasileira. Apesar disso, o movimento não tinha como objetivo abolir os estrangeirismos, mas sim, adaptá-los a um formato brasileiro, e ao mesmo tempo moderno (para época), configurando às obras nacionais uma identidade própria e de acordo com o contexto político, social e econômico do momento pelo qual o país passava, em especial a cidade de São Paulo.
Essas ideias propostas na Semana de Arte Moderna de 1922 eram tidas como novas por seus precursores e impactaram muitos brasileiros, gerando muitas críticas a respeito das obras e dos ideais modernistas. Essas discussões acerca do movimento ecoam até os dias atuais, já que alguns acreditam que não mudou nada e outros que afirmam que a função da Semana de Arte ainda não foi finalizada.