O que faz um Desenvolvedor de Software?
O desenvolvedor de software é o profissional responsável pela programação de sistemas, através da escrita de códigos digitais. Com isso, ele constrói os softwares, que são todos os programas produzidos para rodar em computadores, celulares e outros dispositivos que executem esses tipos de sistemas.
Para conhecer mais sobre essa profissão, conversamos com o nosso ex-aluno, Paulo Guilherme Lopes Serrano, que atua nessa área desde 2015. Vamos conferir?
Como e quando surgiu o interesse pela profissão?
O interesse surgiu na faculdade de Engenharia. Logo no primeiro semestre, tive a matéria Introdução à Computação. Então, comecei a pesquisar mais sobre o assunto e acabei trocando a faculdade para Ciência da Computação.
Como é o mercado de trabalho do desenvolvedor de software?
O mercado é extremamente aquecido. Existe escassez de desenvolvedores em todas as frentes de programação. Inclusive, a escassez de mão de obra qualificada é um problema no mundo todo. Mesmo no período de pandemia, as oportunidades para trabalhar no Brasil ou no exterior não pararam de aparecer.
Quais as formações e qualificações necessárias para o profissional?
Isso vai depender da área de interesse de cada um. Dentro do desenvolvimento, existem diferentes especializações. O desenvolvedor front-end é o responsável por desenvolver as telas de interação com o cliente, o back-end que trabalha na criação de soluções e armazenamento de dados e o SRE são os engenheiros de confiabilidade, que trabalham na automação de sistemas complexos, com o objetivo de mantê-los estáveis e escaláveis.
Particularmente, gosto bastante de alguns guias e cursos. Vou deixar alguns links que podem ajudar nessa formação:
– Developer Roadmap : Aqui é possível encontrar um guia com as tecnologias que são úteis para cada área, desde o nível básico até o mais avançado.
– Code Academy : Aqui dá para aprender programação gratuitamente e com qualidade. É o primeiro passo para quem está interessado na profissão.
– Coursera O Coursera é uma dica para quem está mais avançado e quer se desafiar. A plataforma tem vários cursos de programação, algoritmos, estrutura de dados, inteligência artificial ministrados por professores de Harvard, Stanford entre outras grandes universidades. Muitas vezes, os professores são criadores dos algoritmos mais utilizados hoje em dia. É uma ótima oportunidade para sentir como é uma graduação de computação.
Falando sobre graduação, existe uma questão polêmica: a necessidade de se fazer faculdade ou ser autodidata. Particularmente, não acho necessário começar uma faculdade para trabalhar com desenvolvimento de software. É claro que a faculdade ajuda muito na questão de conseguir um estágio. Afinal de contas, você já terá a base da computação, que será necessária para entender todas as tecnologias que você irá encontrar pela frente e será um diferencial na hora de trabalhar em projetos maiores. Mas, é importante ressaltar, que durante a sua jornada, você vai encontrar profissionais que nunca cursaram uma faculdade até outros que são PhD.
Como é a questão da remuneração e do reconhecimento da profissão?
Como é um mercado extremamente aquecido, a remuneração dos desenvolvedores geralmente é muito boa. Sempre existe uma combinação de tecnologias que pode otimizar o salário, mas isso não deve ser o mais importante. Você pode escolher uma stack de tecnologias que desperte seu interesse e se especializar nela, isso já aumentará naturalmente a sua remuneração.
Quais são as dificuldades diárias da profissão?
Uma dificuldade da profissão é a carga horária muito puxada. É comum trabalhar em horário normal e ter que acordar de madrugada para dar suporte em algum sistema que começou a apresentar erros ou aproveitar o horário com menos usuários ativos e atualizar seus sistemas com menos efeitos colaterais.
Já atuei em projetos como coberturas de Olimpíadas e Eleições, que demandam uma carga de trabalho absurda, além de uma pressão gigante para ter o placar mais atualizado do que a concorrência.
Outra dificuldade da profissão, é que muitas pessoas não conseguem entender o processo de desenvolvimento de software. Existem pessoas que ainda acreditam que adicionar um botão em uma tela é uma tarefa de cinco minutos e ficam um pouco chateadas quando explicamos que existe todo um processo de engenharia por trás desse desenvolvimento, uma fase de análise e design da solução, a implementação em si e os testes para garantir em que o botão está funcionando e não prejudicou nenhuma funcionalidade já existente.
Quais são as vantagens e as desvantagens dessa profissão?
Como vantagens, a profissão permite que você trabalhe com projetos muitos legais. É muito gratificante ver uma ideia de aplicativo ou serviço saindo da fase de planejamento, criando vida com a primeira versão, os usuários usando aquilo que você ajudou a construir e isso ajudando a melhorar a vida deles. É muito bom ter essa visão de que você está desenvolvendo algo que vai ajudar alguém e não apenas escrevendo códigos sem valor.
As principais desvantagens são aquelas que envolvem a carga horária do trabalho. Um sistema funciona 24/7 e você pode ser acordado de madrugada para analisar um bug ou trabalhar nos finais de semana para correr com uma entrega. Isso vem melhorando com o tempo, cada vez mais as empresas vão utilizando metodologias que ajudam na organização do tempo e na estimativa de datas de entrega.
Que conselhos você daria para quem quer ingressar nessa área?
Sejam curiosos, é muito legal entender como funciona o que está além do seu código. Por que essa linguagem de programação implementa um calendário dessa maneira? Como funciona o gerenciamento de memória do seu sistema operacional? Essas respostas vão expandir seus horizontes, inspirar a encontrar soluções melhores para os seus problemas.
Aprenda inglês. Esse é o idioma oficial da programação, os melhores artigos, documentações, tutoriais têm uma versão em inglês. A importância do idioma só aumenta se você tem a intenção de trabalhar fora do Brasil.
Trabalho em equipe, talvez seja o conselho mais importante de todos. Esteja aberto a críticas, peça feedbacks, compartilhe seus pensamentos. Ninguém cria nada relevante sozinho e esse ciclo de colaboração com outros desenvolvedores te ajuda a identificar pontos que pode melhorar como desenvolvedor. Todos saem ganhando
O que você gostaria de saber a respeito dessa profissão quando saiu da Escola?
Até entrar na faculdade não tive nenhum contato com programação, não tive conhecimento da profissão e das possibilidades dela. Hoje em dia, sei que as escolas estão dando mais importância à programação, seja como um curso na grade normal ou atividade extracurricular.
Paulo Guilherme Lopes Serrano foi aluno da ENSG de 1995 até 2010. É formado em Ciências da Computação pela PUC e já trabalhou no UOL, com sistema de publicação e placares de Olimpíadas e Eleições. Também já atuou com Inteligência Artificial na criação do motor de recomendação de conteúdo do portal. Atualmente, trabalha na C6 Bank desenvolvendo produtos da área de seguro