Cultura do Cancelamento: O mal da década
Por Giovanna Rios Rosano, aluna do 3º ano do Ensino Médio
Em 2017, surgiu um termo a fim de demonstrar a desaprovação de uma parte da população devido a atitudes que deveriam ser extintas. A “Cultura do Cancelamento” começou a partir de uma boa intenção, mas levou a maiores proporções. Essa cultura se tornou algo repulsivo, tanto que começou a gerar problemas na saúde mental humana.
Desde publicações a comportamentos racistas, machistas e homofóbicos, até questões políticas, foram os motivos pelos quais grandes nomes como Anitta, Taylor Swift, JK Rowling e Justin Bieber aparecem na lista dos “cancelados” do tribunal, nada justo, chamado de internet.
Só que o cancelamento não atinge apenas o meio virtual, ele envolve também o boicote a essas pessoas, incentivando o não-consumo de seus produtos e até o pressionamento sobre marcas e instituições vinculadas a eles, para que rompam contratos.
Embora os nomes de famosos ganhem mais repercussão, não é preciso ser famoso para entrar nessa lista. Todos os usuários estão propensos a passarem por esse julgamento, que acabou se tornando um bullying coletivo.
Byron Bernstein, influenciador do mundo gamer, foi encontrado morto e a suspeita é que tenha cometido suicídio. Esse jovem sofria de depressão e, na manhã de sua morte, havia pedido sua namorada em casamento pelo Twitter. A publicação recebeu muitas críticas, que levaram ao cancelamento do jogador, por ter tido uma atitude repulsiva que constrangeu sua parceira. Após todos os julgamentos, não aguentou e resolveu tirar sua própria vida.
Só que hoje, nós, brasileiros, estamos vendo e não aceitando o que o “cancelamento” faz. Exemplo disso, ocorreu dentro do reality BBB21. O ator Lucas Penteado foi bruscamente cancelado dentro da casa. Foi humilhado e, mesmo que tivesse cometido um erro anteriormente, já havia se desculpado, e já não existiam motivos para tamanha maldade.
Em sua última noite, beijou outro participante e, ao invés de celebrarem a coragem desse novo casal, os demais participantes passaram a falar que o beijo teria sido uma estratégia de jogo. Já esgotado mentalmente, o participante abandonou o programa sem que nenhuma autoridade fizesse algo para mudar o sofrimento do jovem.
Dado o exposto, vemos que os cancelamentos ocorrem de uma forma rápida e viral, e podem acabar vindo à tona em qualquer momento. Não é um julgamento adequado, o que o torna um perigo. O mundo necessita de mais empatia e uma mudança radical nesse tribunal falho. Que seja o fim do cancelamento!